Você já deve ter ouvido frases como “não se preocupa, cada criança tem seu tempo” ou “de tempo ao tempo que lee vai andar, falar”.
Mas será mesmo que cada criança tem seu tempo ou já devo me preocupar com os pequenos atrasos do meu filho? Será que devo comparar o desenvolvimento com outras crianças ou respeitar seu tempo?
Imagine o desenvolvimento como uma escada que ela precisa subir, no topo seria ela adulta, já com todas as habilidades. E no início o bebê que ainda precisa aprender.
Cada vez que a criança aprende algo, se desenvolve ela sobe um degrau nessa escada. Cada degrau nós chamamos de marco do desenvolvimento. E esse desenvolvimento é cumulativo, isso mesmo, ele vai se acumulando. Então, para ir para um degrau acima, antes ela precisa subir o degrau anterior. Não é possível pular degraus, etapas.
E existe um período de tempo esperado para que a criança consiga subir esse “degrau”, atingir esse marco no desenvolvimento. Quando acontece um atraso, que esse período de tempo vai passando, e a criança não atinge esse marco, é como se a criança tivesse parado de subir essa escada, naquele degrau.
Só que ela continua fazendo aniversario. E vai acumulando, ela faz mais meses, mais anos e continua naquele degrau e o atraso vai piorando cada vez mais.
Então, quando dizem que cada criança tem seu tempo, isso é uma MEIA VERDADE. Cada criança tem sim um tempo para se desenvolver, mas dentro de um período esperado.
Nós temos períodos, por exemplo uma criança tem de 12 a 15 meses para começar andar. Mas se chegar a 16 meses precisamos buscar saber o que está acontecendo.
Por isso que nós profissionais nos preocupamos tanto que a intervenção comece de forma precoce. Pode ser que aquele atraso daqui a pouco se resolva sozinho? Pode sim.
O problema de acreditar nesse tempo, não vamos intervir. E isso pode ser muito prejudicial, porque perdemos tempo de fazer uma intervenção precoce.
De tempo ao tempo não é a melhor estratégia.
Iniciamos a intervenção mesmo que não tenha diagnóstico, vamos agir agora para evitar atrasos maiores. Um atraso na fala por exemplo pode indicar dificuldades na leitura quando a criança entrar na escola.
E se demorar intervir você perde tempo - e se na primeira infância é o melhor momento para intervir por causa da neurplasticidade, você não pode perder esse tempo.
Se verificamos sinais leves no início vamos monitorar a evolução do desenolvimento. E quando intervimos, muitas vezes os sintomas regridem consideravelmente.
Comentários