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O que é Ser "Meio Autista"? (Spoiler: Não Existe!)


Você já ouviu alguém dizer que fulano é "meio autista"? Ou talvez alguém tenha dito que seu filho pode ser "um pouco autista"? Pois bem, vamos esclarecer uma coisa: isso não existe!


O Medo de Dizer o Diagnóstico

Às vezes, as pessoas têm medo de dizer o diagnóstico de autismo porque acham que é uma coisa "ruim" ou "trágica". Mas é importante esclarecer sobre o diagnóstico e não amenizar a situação. Se alguém tem autismo, precisa de intervenção. Não há necessidade de florear as coisas.


O Senso Comum

Outra razão pela qual as pessoas dizem que alguém é "meio autista" é porque elas acham que os sintomas do autismo são parecidos com coisas que a gente vive no dia a dia. Mas isso não quer dizer que todo mundo tem autismo!

O DSM é um livro bem grande que traz para os profissionais os sintomas de cada transtorto mental. E quando nós olhamos só a lista de sintomas, a impressão é que todo mundo tem tudo. Mas isso porque muitos sintomas são parecidos com coisas que a gente vive em nossa vida. O que não quer dizer que todo mundo tem transtorno.


Então, o que Caracteriza um Transtorno?

Um transtorno é caracterizado quando um grupo de sinais e sintomas ficam tão fortes que acabam interferindo e atrapalhando a vida de uma pessoa.


Vamos dar alguns exemplos. Eu posso não olhar no olho de uma pessoa que eu acho bonita porque tenho vergonha. Mas isso não quer dizer que sou "meio autista". Já uma criança que quase nunca olha no rosto dos cuidadores pode ter autismo.

Eu corto as etiquetas da roupas por que me incomodam. Tem dias que não gosto de barulho alto. Eu sou muito organizada colocando tudo dentro de pastinhas com etiquetas. Adoro reassistir filmes que já vi e gostei. Contudo, NADA disso atrapalha minha vida ou me traz prejuízos.


O DSM e a Classificação do Autismo

O DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) já mudou a forma de falar sobre o autismo para evitar que as pessoas pensem que é uma coisa "leve" ou "grave". Agora, usamos termos como "apoio", "apoio substancial" e "apoio muito substancial" para descrever o quanto de suporte uma pessoa precisa para viver bem.

Sabe porque? Não tem relação com a gravidade do autismo, mas sim o quanto de suporte a pessoa precisa para viver bem.


Então, lembre-se: não existe "meio autista". O autismo é um transtorno que precisa ser diagnosticado e tratado com intervenção. E não há necessidade de florear as coisas!

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